Nesta quinta-feira (27), às 19h00, no auditório da Unibalsas – Faculdade de Balsas, será proferida uma palestra com o tema: Inoculação – um fator para o aumento da produtividade. O evento faz parte do Ciclo de Palestras da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes – ANPII -2009, sendo voltada para o público do agronegócio. Serão abordadas realidade e tendências, com ênfase em soja e milho. A palestra será proferida pelo engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal de Jataí/GO, Gustavo Pazzetti. Conheça mais sobre a ANPII e sobre a inoculação e seus benefícios para os produtores; principais cuidados; distribuição e utilização desse produto (26/08/2009).
Saiba mais:
Os inoculantes, também conhecidos como fertilizantes biológicos, são importantes auxiliares do agricultor no aumento da produtividade e da fertilidade dos solos. As empresas produtoras e importadoras dos inoculantes criaram, em 1980, a Associação Nacional dos Produtores de Inoculantes, tendo, posteriormente, incorporado os importadores de inoculantes, alterando o nome para Associação Nacional dos Produtores e Importadores de inoculantes – ANPII, visando difundir o uso deste insumo e buscar constantemente a melhoria da qualidade, para atender a necessidade de elevadas produtividades do agricultor brasileiro.
A ANPII, em conjunto com a Embrapa, iniciou no dia 26 de agosto um ciclo de palestras em diversos locais do Brasil, visando difundir o uso dos inoculantes.
As palestras, que serão amplamente divulgadas visando atingir grande número de agricultores, ficam por conta de pesquisadores da Embrapa e de Universidades de cada local, que explicarão os benefícios do uso de inoculantes na fixação do nitrogênio e o conseqüente aumento de produtividade em determinadas culturas.
Com esta atividade a ANPII atinge um de seus objetivos, que é de divulgar para o maior número de produtores de soja e de outras leguminosas o uso deste insumo de alta eficiência, além de esclarecer as diversas dúvidas que ainda existem por parte dos agricultores com relação ao uso da tecnologia de maneira lucrativa.
O processo de inoculação consiste em aplicar a bactéria nas sementes ou no solo, dando condições para a bactéria penetrar na raiz da soja e formar os nódulos para ela se multiplicar no seu interior. Para aumentar a eficiência de fixação biológica do nitrogênio, os produtores de soja devem fazer a inoculação das sementes ou do solo todos os anos. O custo médio de inoculação é baixo, em torno de R$ 3,30/ha, se efetuado na semente e três vezes mais se aplicado no sulco de semeadura. Assim, recomenda-se que a inoculação seja feita todo ano, independente da população da bactéria no solo.
São muitas as vantagens (custo/benefício) de se investir nessa tecnologia. Mais de 60 experimentos, realizados por diversas instituições de pesquisa em várias regiões do Brasil, demonstram que a inoculação da soja em áreas onde ela é cultivada por vários anos favorece aumentos de rendimento, em média de 4%. Ou seja, o produtor ao invés de produzir 3.000 kg/ha passa a produzir 3.120 kg /ha (52 sacos) ou, dois sacos a mais ou, a simples matemática de colocar, no mínimo mais R$ 80,00 por hectare plantado no bolso.
Não importa se o inoculante é líquido, turfoso, gel, ou qualquer outra formulação. O importante num inoculante é que ele tenha alta população de bactérias e que ele proteja essas bactérias para elas sobreviverem nas sementes, infectar as raízes da soja, formar os nódulos para, no seu interior, fornecer o nitrogênio que a soja precisa. Entretanto, o produtor deve adquirir inoculantes recomendados pela pesquisa e devidamente registrados no Mapa e certificar-se de que o mesmo estava armazenado em condições satisfatórias de temperatura e arejamento. O número de registro deverá estar impresso na embalagem e é recomendado não adquirir e não usar inoculante com prazo de validade vencido e que não tenha uma população mínima de 1×109 células viáveis por grama ou por ml do produto e que forneça 1 2000.000 células/semente.
Uma inoculação bem feita é aquela que se aplica 1,2 milhões de células, por semente, em todas as sementes, dando condições de vida para que essas bactérias se multipliquem na superfície das sementes e formam os nódulos na coroa do sistema radicular da soja, que são os nódulos mais eficientes na fixação biológica de nitrogênio. Se a inoculação for mal feita, o produtor estará jogando R$ 4 reais por hectare fora e perdendo o seu tempo para fazer a inoculação.
Se a distribuição do inoculante for mal feita, ou seja, em 50% das sementes, só teremos o beneficio da fixação biológica de nitrogênio em 50% das plantas. Ainda, se ao inocular se adicionar fungicidas, inseticidas, micronutrientes nas sementes, isso pode implicar em eliminar todas as bactérias inoculadas e o benefício da inoculação ser zero. Outro erro é inocular as sementes e deixá-las no sol ou em temperaturas elevadas, as bactérias morrem e o resultado da inoculação será zero.
Alguns cuidados básicos na inoculação consistem em fazer a inoculação à sombra e efetuar a semeadura no mesmo dia, especialmente se a semente for tratada com fungicidas e micronutrientes, mantendo a semente inoculada protegida do sol e do calor excessivo. Evitar o aquecimento, em demasia, do depósito da semente na semeadora, pois altas temperaturas reduzem o número de bactérias viáveis aderidas à semente. Para melhor aderência dos inoculantes turfosos recomenda-se umedecer a semente com 300 ml/50 kg de semente com água açucarada a 10% (100 g de açúcar e completar para um litro de água). É imprescindível ainda que a distribuição do inoculante turfoso ou líquido seja uniforme em todas as sementes para que tenhamos o benefício da FBN em 100% das plantas.